Mecécio II Genúnio
Mecécio II Genúnio | |
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Nacionalidade | Império Bizantino |
Etnia | Armênia |
Ocupação | General |
Mecécio II (em latim: Mecetius), Mezécio II (Mezetius) ou Mezézio II (Mezezius; em grego: Μεζέζιος; romaniz.: Mezézios; em armênio/arménio: Մժեժ; romaniz.: Mžēž) foi um oficial bizantino de origem armênia do século VII, ativo durante o reinado do imperador Heráclio (r. 610–641).
Nome
[editar | editar código-fonte]Mecécio (Mecetius), Mezécio (Mezetius) ou Mezézio (Mezezius; em grego: Μεζέζιος; romaniz.: Mezézios) são as formas latinas[1] do armênio Mezeze (Մժեժ, Mžēž), cuja origem é incerta.[2] Foi registrado em grego como Mizízio (Μιζίζιος, Mizízios) por Teófanes, o Confessor, Mizizo ou Nizizo (Μιζιζός/Νιζιζός, Mizizós / Nizizós) por Jorge Mônaco, Nizízio (Νιζίζιος, Nizízios) por Simeão, o Logóteta e Mezêuxio (Μεζεύξιος, Mezeúxios) pelo papa Gregório II (r. 715–731).[3]
Vida
[editar | editar código-fonte]A parentela de Mecécio é incerta, exceto que pertencia à família Genúnio. Em 628, no fim da guerra em curso entre o Império Bizantino e o Império Sassânida, estava com Heráclio em Ganzaca na campanha final contra o xá Cosroes II (r. 590–628).[4] Enquanto estava em missão em março, encontrou emissários do sucessor do xá, Cavades II (r. 628), e escoltou-os a Heráclio. Com o fim da guerra no mesmo ano, a fronteira voltou à situação estabelecida à época de Maurício (r. 582–602) e Mecécio ocupou relevante porção da Armênia. Não se sabe qual era sua posição, mas se presume, a julgar que Teófanes, o Confessor o definiu como estratego,[5] que era mestre dos soldados. É possível que a região já estivesse organizada (ou em processo de) no Tema Armeníaco, um tema (uma província civil-militar) bizantino localizado na parte nordeste da Ásia Menor, o que faria dele "estratego do Armeníaco".[6]
Em 628, Cavades nomeou Basterotes II como marzobã da porção da Armênia que permaneceu sob controle do Império Sassânida, enquanto Heráclio nomeou Mecécio como governador da porção bizantina, com a missão de restabelecer na Armênia a ortodoxia grega. Mecécio encorou o clero armênio e o católico Esdras I (r. 630–641) a abandonarem o rito armênio e a regressarem à ortodoxia religiosa aderindo explicitamente às fórmulas calcedônicas, sob pena de verem a parte bizantina da Armênia separada do Catolicossado de Dúbio e colocada sob a jurisdição de um patriarca nomeado pelo Império Bizantino. Um concílio de reconciliação entre a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Apostólica Armênia, organizado em Teodosiópolis (atual Erzurum) pareceu ter tido sucesso e as discussões entre gregos e armênios terminaram com a adesão a uma fórmula de fé, imposta pelo imperador. Esta fórmula era inteiramente consistente com a profissão de fé dos armênios, mas ignorou o Concílio da Calcedônia. A reconciliação foi consagrada solenemente pela celebração de uma missa em 632, onde os gregos admitiram o católico à comunhão ortodoxa.[7]
Rival de Basterotes, Mecécio caluniou ele ao governador do Azerbaijão Rustã Farruquezade, chegando mesmo a pedir a retirada do marzobã, caso contrário a guerra seria retomada entre o Império Bizantino e o Império Sassânida. Também enviou seu irmão Gariquepete ou Varazes Genelo para capturar Basterotes, mas ele fugiu e se refugiou no Império Bizantino, onde Heráclio reconheceu a calúnia de que foi vítima e o elevou à dignidade de patrício; em 635/7, Basterotes comprometeria-se numa conspiração contra o imperador e foi exilado para uma ilha distante. Mecécio prendeu outro nacarar que participou da conspiração, Davi Sarones, e o enviou ao Império Bizantino, mas ele quebrou suas correntes, retornou à Armênia, reuniu os contingentes armênios do exército, surpreendendo e matando Mecécio e Varazes Genelo.[8][6]
Ver também
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Precedido por Desconhecido (Último citado: Justino) |
Mestre dos soldados da Armênia 628-635/637 |
Sucedido por Davi Sarones |
Referências
- ↑ Martindale 2014, Mizizios 1.
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 329.
- ↑ Lilie 2013, Mizizios (#5163).
- ↑ Grousset 1973, p. 273-276.
- ↑ Settipani 2006, p. 325.
- ↑ a b Martindale 1992, p. 887-888.
- ↑ Grousset 1973, p. 282-284.
- ↑ Grousset 1973, p. 285-286.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Աբա». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
- Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot
- Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt
- Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Mezezius (Mzhezh Gnuni)». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8
- Martindale, John R. (2014). Prosopography of the Byzantine Empire project, 641-867 (PBE I). Londres: King's College, Academia Britânica
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs. Les princes caucasiens et l'Empire du vie au ixe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8